Título "roubado" de uma letra de Djavan (Boa Noite, 1992). Fim de tarde chuvosa em Salvador, julho, "mid-winter", tempo para pensar e sentir saudade. Saudade de quê, de quem, de qual lugar? Saudade. Sabe aquele tempo que nos diz que algo não está mais ali perto, no lugar? Deixou-nos, partiu, seguiu caminho. O que será isso? Que sentimento agora se cala? Será medo? Não, é verdade, não existe amor sem medo. Medo de avançar. Medo de dizer que o tempo, com sua razão e crueldade, separou algumas histórias ou apenas as escreveu na superficialidade das amizades, nas bordas da quebra das ondas, no friso fino das saias rodadas. Mas apenas amigo? Sim, é o que resta. É muito, mas podia ser mais. O que há de mais é simplesmente o medo. Lá está o túnel do tempo que nem espera nem dá sinal. Entar ali... dá medo. E lá se vai o avião... Chuva, chuva, muita chuva. Ouço a canção e já nem penso que perdi a noção do tempo: "a uma hora dessas, por onde estará seu pensamento, terá os pés na pedra ou vento no cabelo?", mesclo Adriana Calcanhoto (Seu Pensamento, 2008). Longe, longe, estou longe. Sem medo, com medo. Apenas observando o infinito. O tempo dirá. Voa...
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