domingo, 26 de setembro de 2010

Sou aquele passarinho que fura as águas do Iguaçu

As águas do Iguaçu encantam qualquer olhar e tomam de assalto as nossas emoções. Bem lá no corte entre fronteiras de países irmãos, as cataratas fluem nervosas sem deixar de nos acalmar a alma ao pararmos para observar seus movimentos. Deus existe, meu pai! E lá se vão os passarinhos rompendo a tromba d'água em plenos rochedos protegidos pela barreira natural. Eu sou cada um daqueles pequenos voadores. Sigo com o olhar o voo de trivela que os fazem driblar as pancadas da torrente. Entro com eles, driblando as adversidades. Ali repousamos nossa liberdade e sentimos que são apenas esses momentos que podemos guardar na nossa memória e levarmos para a outra dimensão quando partirmos. Ali é o meu lar. Junto com os passarinhos, me encontro com Deus. Toda vez que olho aquele paredão, sinto que não sou nada diante da grandeza da natureza. É, Santos Dumont, uma maravilha dessas não poderia ficar escondida. Nem eu nem os passarinhos. Sou aquele passarinho que fura as águas do Iguaçu. Derramo-me em águas... como passarinho.

Os ipês de BH e minhas saudades

Puxa, andei me encantando com o ipê rosa das Minas Gerais. Ele explode em todo seu esplendor no mês de julho, meados de invernos nos montes desse Brasil sudeste. Rosa ou vermelho ou lilás. Mas não é o ipê impressionante? Debaixo daquele céu azul, eu me sentia mais livre e muito mais próximo das certezas de que a natureza não nos deixa de surpreender nunca. Passeei pela ruas e avenidas de Belorizonte nesse julho ameno e seco, e deliciosamente marcado pela beleza doce dos ipês em flor. Me sinto um menino em flor. Com a alma impregnada de leveza e de alegria. O rosa dos ipês renova as minhas saudades das Geraes. E das Geraes sinto sempre aquela vontade de regresso. Regresso para a alma livre, alegre e feliz.