sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

My city, literally, underwater

This is what we call a downpour with an attitude! It's unbelievable and frustrating to realize how unprepared we are for the raining season in this incredible city of São Salvador da Bahia. Last night the whole sky came down on us. It rained so much in three hours that the entire city came to a huge standstill. Nothing moved. Water all over and a lot of problems, especially landslides in the poor areas. But as disasters here tend to be democratic in one sense, the rich 'bairros' also got to be engulfed by the muddy river Salvador was transformed into due to the bad storm. Yes, this is our city. Our summer city. The city that beautifully welcomes lots of tourists and bluntly penalizes its inhabitants. I was home safe and sound at about the time the storm began, but I couldn't stop thinking about the slum dwellers and people who live in the poor neighborhoods as, ironically, they are the ones who have little or nothing, and when a tragedy like this strikes, they end up losing everything over and over, year after year. It's a shame, and the worst part of this story is that this has become routine. It's the very same thing every time summer says goodbye. Our three-hour 'Katrina' last night was just a sample of what the 'waters of March' may be bringing in in the near future. It was the announcement of what is right on the way. The consequences can be tragic. They were last night. They were. They could've been avoided. They could've. We didn't. We haven't. Shame on us. All of us!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

...e morre Rubens de Falco, o malvado Leôncio

Morreu ontem, praticamente em indigência, um dos maiores atores desse país. O cara que mais me irritou, mais me tirou do sério e toda a população brasileira quando entrava em cena na primeira versão de "A escrava Isaura", em 1976. A história do romancista Bernando Guimarães foi um sucesso estrondoso naquela época e catapultou para a fama eterna uma atriz desconhecida, de voz melosa, chamada Lucélia Santos. Ela era e é boa, mas quem roubava a cena na pele do miserável Leôncio Almeida, dono da escrava Isaura, era mesmo o grande Rubens de Falco. Na minha modesta opinião, nunca houve e jamais haverá algum vilão como aquele. Leôncio, claro, era uma caricatura do mais ordinário e cruel senhor de terras dos muitos que habitaram esse Brasil nos tempos da colônia e do império. Entretanto, o mérito de incorporar e levar ao extremo o caráter nefasto desses escravagistas cruéis e sem coração, coube a esse ator maravilhoso. Leôncio fazia maldades por amor, até certo ponto. Rubens de Falco, engenhosamente, transmitia tudo aquilo que Leôncio sentia e atingia em cheio o brio de cada um dos seus espectadores. Se vivêssemos em tempos de Orkut nos idos de 1976, certamente, teríamos milhares de comunidades entituladas "Eu odeio Leôncio" ou "Morte a Leôncio". 2008. Morre Rubens de Falco. Fica o registo anônimo de um admirador. A (tele)dramaturgia brasileira está um pouco mais depauperada.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

21 de fevereiro, uma eclipse lunar, eu

Hoje é 21 de fevereiro de 2008, um dia muito especial. Lua cheia nesse santo céu de Salvador. Lua Linda. São exatamente 12:05 da madrugada e agora começa um eclipse lunar completo que durará até as 2:00 da matina. Justamente nesse instante, a terra começa a bela trajetória de se alinhar com seu satélite natural e, logo logo, o cobrirá totalmente, deixando o céu meio avermelhado por causa do reflexo abafado da lua, como numa dança de aconchegos com o nosso planeta. Nesse exato momento, aqui, perdido entre tantos prédios de apartamentos dessa gigantesca cidade, em algum ponto do Atlântico Sul, eu acabo de digitar o último sinal ortográfico de minha tese de doutorado. Um sinal de exclamação (!). Que bela sensação. Alívio, porém um pouco de vazio. Mas uma exclamação, uma exaltação, uma alegria, uma prece. O que virá depois daqui? Como ficará minha vida ante o final desse eclipse? O que sucederá o fechamento dessa grandiosa e, às vezes dolorosa, articulação de pensamento? Algo emblemático, sem muita explicação. A natureza, na sua sabedoria, anuncia alguma coisa pra mim. Tenho certeza. Ao invés de ofuscar, o eclipse irradia luz. Manda mensagens. Me diz que o fim é apenas o começo. 21 de fevereiro. A lua começa a brilhar de novo e eu corro pra cama feliz... mas pensativo. O que virá? O que virá?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O roubo da PetroBRas e os i(n)diotas da ABIN

Lá vamos nós, beócios tupiniquins, Bentos Carneiros do sul dos trópicos, de novo nos enrolando e nos deixando enrolar nessa disputa da vida em que inteligência conta e demarca fronteiras. Varreu mundo a história da descoberta de poços de petróleo na bacia de Santos. A Petrobras, transportando todo o material e as informações sigilosas em containers, de Santos para o Rio, entregou o material nas mãos da Halibourton, a gigante americana, que teve como presidente ninguém menos que o belicoso Dick Cheney, vice-presidente do atual império a caminho do ocaso. O container foi violado e as informações que valem milhões de dólares e vão virar munição pesada na hora da disputa empresarial quando a exploração começar estão por aí, dormindo tranquilas em algum cofre blindado de algum banco suíço. Como tudo nesse país, ninguém sabe, ninguém viu. Ao contrário do roubo do MASP, que logo os babacas se deixaram descobrir, certamente, esses 'profissas' não serão apanhados, pois o jogo agora é ao contrário. Nos roubaram e com um jeitinho daqueles que não deixa marcas. A Polícia Federal está na área. A novidade é que a ABIN (Agência Brasileira de I(n)diotas) também. Ah, os nossos arapongas! Quem tem fé nesse arremedo de CIA paraguaia, com desculpas nossos irmãos guaranis? Eu não acredito nesses detetives de motel e vejo tudo com escárnio mesmo. Se depender deles, à essa altura, os documentos da Petrobras, que já devem estar lá pelas Arábias, DC e afins, não voltam jamais. Ah, essa nossa sina eterna de Bento Carneiro! Valhei-nos, nosso Senhor do Bonfim, e livrai-nos de tantos i(n)diotas no comando desse país! Tenha fé!!!

Canta pra mim, Roberta

Quem não conhece Roberta Sá, cantora da nova geração, deve conhecer. Sua voz é coisa de prima. Além já ter gravado dois CDs com um repertório ecléctico e de qualidade, Roberta é linda. Que pernas! Vi Roberta ontem no Castro Alves e fiquei encantado. Ivan Lins, o grande convidado, como sempre, foi generoso o bastante para deixar Roberta brilhar com sua voz suave, gostosa e de timbre mediano que, para o delírio da platéia, inebriou mentes e corações ávidos por boas novidades musicais. Roberta, para nosso orgulho e nossa satisfação, é nordestina, lá do norte, do Rio Grande potiguar, a linda terra das dunas e da praia de Pipa. Acariocou-se, mas, graças a Deus, não puxa dos 's', canta quase como baiana. Uma delícia... de ouvir e de ver. Para quem não viu, compre o disco, visite a página dela (www.robertasa.com.br) e guarde aí na parede da memória o nome de mais essa bela e talentosa menina que canta e canta bem... como canta... pra mim. Canta, Roberta! Vida longa a Roberta!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Happy Valentine's, Feliz Aniversário

Hoje é o dia de São Valentino e do aniversário de uma pessoa por quem nutro um carinho fino e delicado, mas que mal sabe de mim. E não tem por que, já que cuidamos de incinerar nossas lembranças, com o direito de jogar as cinzas ao silêncio. É um dia lindo, celebrado com entusiasmo em muitas culturas do Hemisfério Norte, onde mandam-se para familiares, amigos queridos, namorados, agregados, ficantes e amantes, dentre tantas coisas, flores vermelhas, bombons, cartões que celebram o amor, a amizade, a união, a saudade. Eu bem que queria mandar uma mensagem para minha amiga. Já tentei outras vezes. Nunca obtive resposta. As palavras, me parece, ficam pelo caminho ou, provavelmente, acabam na lata do lixo. E eu que queria apenas desejar-lhe um feliz aniversário! Mas ela mal sabe de mim. Faz tanto tempo que não a vejo que acho que já perdi sua feição da minha memória. Mas nunca o sorriso, o bom humor. Nasceu num dia especial, o dia do santo italiano que viveu para unir as pessoas e que, por isso, morreu. Eu queria, juro, apenas lhe desejar um feliz aniversário, dizer-lhe que na sua surda e muda caixa postal tem um alô de um amigo que lhe dedica um carinho fino e delicado. Um oi, um gesto, um aceno, só. Mas ela mal sabe de mim. Nesse dia em que os amigos se abraçam, os amores se renovam, os amantes se atrapalham, os ficantes ficam, eu só queria sair do silêncio. Mas ela mal sabe de mim. Feliz aniversário, mesmo assim. Mesmo assim. Happy Valentine's Day!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O orgulho de termos um Guga

Nunca fui dado a pieguieces ou a essa coisa baixo-astral humana tupiniquim de sair correndo atrás de herói nacional, mas tem uns caras que, na mais pura explosão da emoção diante do inevitável, realmente, mexem com a gente. Guga é um deles. Um grande campeão sem carregar a trágica e pífia arrogância das celebridades de ocasião, o nosso tenista maior, ao entregar os pontos numa partida contra um inexpressivo argentino, derruba um país inteiro ao admitir que seu corpo não mais responde ao que manda sua mente. Entre lágrimas e porções honestas de humildade, Guga nos dá uma lição de amor ao esporte e, acima de tudo, de cidadania. É bom saber que mesmo do alto dos seus inúmeros títulos, esse rapaz se entende humano e se dobra com galhardia aos efeitos do massacre físico a que super-atletas como ele são submetidos diariamente para ocuparem o olimpo do esporte escolhido. Com lágrimas e agradecimentos à sua família, ao seu fantástico técnico e, claro, ao seu público, que sempre soube entender os limites do campeão a caminho do ocaso profissional, Guga, em definitivo, deixou cair o pano. Vai fazer falta. Eu, como brasileiro, reverencio Guga. Pelo exemplo, pela categoria, pela raça, pelo uso decente de sua imagem pública. Num Brasil de tantos canalhas enlameando a nossa cara mundo afora, a saída de cena de Guga, nesse pormenor, é uma perda irreparável. Vai fazer falta!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Cadê o tapa-sexo? Perguntemos à perereca!

Ah, esse Brasil de poucas vergonhas! Esse país em que a vergonha já ficou bem pra trás... ou pra frente! De carnaval em carnaval, sempre pinta alguma polêmica nesse sentido. É mulher nua, "toda boa", como diria a ordinária canção do Psirico, pra tudo que é lado no desfile das escolas de samba do Rio e de São Paulo e vergonhas de menos. Dessa vez, foi a história de um tapa-sexo que, para uns, estava lá, firme e forte, e, para outros, despencou e largou a perereca da morena da São Clemente (foto), literalmente, de papo pro ar. Lógico, as fotos correram mundo, todo mundo correu pra ver, conferir in loco e, como reza uma hipócrita regra daquele grande mangue que é o carnaval do Rio, sem tapa-sexo, a escola perde pontos. Peito pode, bunda... ulalá, mas perereca ao luar, fresquinha, não dá. A São Clemente sentiu o peso da falta do tapa-sexo e foi rebaixada. Pronto, era o que faltava para o caldo entornar. A imagem do Brasil, mais uma vez, globalizada como a terra da sacanagem pública bateu recordes de audiência e, lógico, a perereca, quer dizer, a morena gostosa, segue aí, experimentando, com todo frescor, os seus quinze minutinhos de fama. E o tapa-sexo, para onde foi? Perguntaram, inquiriram um monte de gente e não se chegou a qualquer conclusão exata. Nessa polêmica toda, só não se lembraram de perguntar a quem mais estava envolvida por entre as vergonhas da moça: a perereca em pessoa. "E aí, garota, tava tapada?" Nessa terra brasilis de 'esculhambaciones' mil, não quero nem imaginar o que ela responderia. A moça, não; a perereca. E salve o tapa-sexo que não tapou nada!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Por onde anda Gil(melândia)?

Essa é uma excelente pergunta que me lança meu amigo Romi, assim, na tampa. Em resposta à postagem anterior, ele, não apenas enriquece a galeria dos puxadores de trio elétrico que se atiraram nessa coisa romântica, cliché de carreira 'solo', tal qual um arremedo de cantor de codinome 'Tomate', que acabou de se mandar do grupo Rapazzola. Mais um fadado ao merecido ostracismo ou a virar mosca de Micareta lá pelas bandas de São José das Profundezas. Mas voltando à questão, não é que Gil da Banda Beijo, hoje dublê de Miss Mara emergente na TV de Sílvio Santos, simplesmente sumiu do carnaval desse ano? Alguém a viu por aí? Dizem as 'malas' línguas que brigou com o empresário. Xii, deu no que deu! E eu até que a achava simpática. Só isso. Cantora de porte? Nem pensar. Mas, olha, depois de Preta Gil, cantora de porte nesse país tá difícil. O carnaval da Bahia, indiscutivelmente, é generoso e (ex) democrático. A gente agüenta tudo. De Motumbá a Bororó, Bororó a Gilmelândia. A coisa tá tão complicada que a música campeã do carnaval 2008 atende pelo singelo título de "Toda Boa", sob a batuta de uma banda de pagode chamada Psirico. E Gil, nascida nesse celeiro de horrores, conseguiu sumir? Tá mal! Como comenta Romi, na sua sabedoria edificada entre Barra do Mendes e Chicago, esse é mesmo o futuro desses artistas de ocasião, filhos naturais de um carnaval mercantilizado e, cada vez mais, siliconado. Silicone? Será que a bolha pocou e levou Gil de roldão? Só pode. Outros virão. Alguém viu Gilmelândia por aí? Já vai tarde, minha filha!

Voltando do Carnaval

Xiii, voltar ao batente depois de quase uma semana de 'break' é complicado. Dá uma preguiça daquelas... O carnaval do Momo anoréxico se foi e, como sempre, nessa cidade festeira, a coisa demora de pegar um pouco. Tivemos um carnaval legal no aspecto que o 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, caiu no sábado da folia e, provavelmente, o brilho e o calor da muvuca no Rio Vermelho foram bem mais intensos. A cidade agora está de ressaca, cheiro de xixi pra tudo que é lado, mas a gente, essa gente (in)decente de Todos os Santos, não perde o rebolado 'jamás'. E por falar em rebolado, viva Ivete, salve Cláudia Leite, a menina aí da foto, que, depois de ficar gostosa e famosa com o grupo Babado Novo, resolveu, solenemente, dar um 'pé na bunda' da banda (desculpem o trocadilho ordinário!). Como o fez um dia Daniela, Ivete, Netinho, Márcia Freire, e agora 'Mrs.' Leite e Tatau do Araketu. Alguns se deram bem nessa coisa 'podre' de carreira solo; outros como Sarajane, Ninha (ex-Timbalada, ex-sei lá o quê), Pierre Onassis (ex-Olodum) sumiram do mapa ou ainda ficam por aí pulando de galho em galho. Como se pode ver, la vita 'solo' pode ser um mar de rosas e euros, mas também pode se tornar una grande 'mierda'. Simbora que é chegada a hora de trabalhar. Feliz ano novo, de novo!