sábado, 30 de julho de 2011

"Me faz bem, arrepio de imaginar"

Depois de maduro, comecei a achar brega essa coisa de se identificar com música para, quem sabe, servir de trilha sonora para as tantas trilhas da nossa história. Ainda acho, mas sempre me rendo às fraquezas da natureza humana, as quais não consigo dominar. Sendo assim, não sei bem o porquê, mas a canção ME FAZ BEM, na sempre poderosa voz de Milton Nascimento, mexe comigo e com as coisas que andam povoando meu pensamento: "Me faz bem o teu jeito de se enroscar, de chegar mansinho, se aninhar, de me fazer teu par, me faz bem esse jeito bom de gostar, viajar veredas, que são mistérios maior que o fundo do mar; bem, me faz bem arrepio de imaginar, me perder no lume do teu olhar, respirar, tocar, o teu corpo solto no cio; me faz bem ser o velho lobo do mar, que não cansa de navegar, pois muito tesouro existe por lá, me faz bem teu jeito de amar; tens mais mistérios do que o mar (Milton Nascimento & Fernando Brant, 2010). É, como um "velho lobo do mar", já nem sei mais o que é ser menino. Tenho sempre esse receio de me sentir ridículo. O amor é mesmo ridículo! Não importa o tempo, ele nos faz ridículos. Ah, se eu ainda fosse menino para deixar me inebriar pelas malícias e delícias da vida leve, sem hora nem dia de voltar. Quem dera eu pudesse, de verdade, me virar por aí, por entre mares, cantando: "Me faz bem, ser o velho lobo do mar..." Ah, fico aqui na canção, me sentindo absolutamente ridículo... sentindo "arrepio de imaginar"... meus inenarráveis desejos. "Me faz bem". Cantemos, então. E deixa a chuva cair, lavar, que me faz bem.

PS. Assista ao vídeo em www.youtube.com/watch?v=-P8r3voBRyc.

2 comentários:

nadinha disse...

É, professor... Realmente um velho amor, um bem querer, uma amizade ou uma profunda ternura às vezes nos torna pirados, românticos e simplesmente ridículos.. Estava escrevendo algumas linhas para postar no seu blog, para a sua penúltima postagem, porém quando me deparei com a mais recente, postada minutinhos atrás, achei por bem resumir meu escrito anterior em duas canções:

A primeira chama-se Máquina do tempo - By Flavio Venturini - "Não existe amor sem medo"
e a segunda - chama-se Românticos - By Rita Ribeiro - "Me faz bem, arrepio me imaginar"

Deus do céu... quando sugiro canções, penso: Ih ih ih... corro o risco de parecer tão romântica, brega, pirada e por que não, tão ridícula, mas se é para devanear, ir no fundo da alma, por que não arriscar e pagar todos os micos quando nos declaramos fãs de algumas velhas canções?

Bom, nem q seja para o senhor rir um pouquinho do meu gosto um tanto popular, piegas e um tanto doce, ouça estas duas canções, que em minha opiniao, se encaixam perfeitamente as suas duas últimas postagens. Depois redijo algo mais original para postar aqui no seu blog. Sorry... but " Românticos é uma espécie em extinção" Pense nisso!!

Grande abraço

Nádia

Sávio Siqueira disse...

Valeu, Nádia.