quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Aos maus ambiciosos, desprezo

Por natureza, qualquer ser humano, ao longo da vida, ambiciona muitas coisas. Sem sequer perceber, ambicionamos algo todos os dias, claro. Como seres incompletos (Paulo Freire, já dizia), buscamos preencher o nosso eterno vazio. Logicamente, há os bons ambiciosos. Desses, eu gosto, os admiro e procuro sempre neles me mirar. Esses são do bem, querem o bem coletivo. Mas há também os maus ambiciosos, aqueles que, a qualquer custo, colocam seus objetivos de poder e prestígio acima de tudo, passando por cima de tudo e/ou de todos. Os adeptos do chamado 'rolo compressor'. Esses, dignos de pena, eu desprezo. Os maus ambiciosos, na maior parte das vezes, escondem-se por trás de máscaras bem delineadas, palavrinhas (co)medidas, soslaios marotos, sorrisos sutis e abraços cínicos. São exímios sedutores. Do olhar ao estômago. A presa, desavisada e submissa, perde a noção e se entrega. Os maus ambiciosos são implacáveis, inseguros, dissimulados, atraentes, competentes. São fáceis de identificar. Matá-los, só com um plano bem articulado. Um plano que envolve indiferença, antídoto letal. Eles odeiam serem ignorados e, aos poucos, se auto-ferroam, como escorpiões, e morrem. Cai a máscara. Cuidado, eles estão logo ali.

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