Hoje é 21 de fevereiro de 2008, um dia muito especial. Lua cheia nesse santo céu de Salvador. Lua Linda. São exatamente 12:05 da madrugada e agora começa um eclipse lunar completo que durará até as 2:00 da matina. Justamente nesse instante, a terra começa a bela trajetória de se alinhar com seu satélite natural e, logo logo, o cobrirá totalmente, deixando o céu meio avermelhado por causa do reflexo abafado da lua, como numa dança de aconchegos com o nosso planeta. Nesse exato momento, aqui, perdido entre tantos prédios de apartamentos dessa gigantesca cidade, em algum ponto do Atlântico Sul, eu acabo de digitar o último sinal ortográfico de minha tese de doutorado. Um sinal de exclamação (!). Que bela sensação. Alívio, porém um pouco de vazio. Mas uma exclamação, uma exaltação, uma alegria, uma prece. O que virá depois daqui? Como ficará minha vida ante o final desse eclipse? O que sucederá o fechamento dessa grandiosa e, às vezes dolorosa, articulação de pensamento? Algo emblemático, sem muita explicação. A natureza, na sua sabedoria, anuncia alguma coisa pra mim. Tenho certeza. Ao invés de ofuscar, o eclipse irradia luz. Manda mensagens. Me diz que o fim é apenas o começo. 21 de fevereiro. A lua começa a brilhar de novo e eu corro pra cama feliz... mas pensativo. O que virá? O que virá?
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