Hoje é o dia de São Valentino e do aniversário de uma pessoa por quem nutro um carinho fino e delicado, mas que mal sabe de mim. E não tem por que, já que cuidamos de incinerar nossas lembranças, com o direito de jogar as cinzas ao silêncio. É um dia lindo, celebrado com entusiasmo em muitas culturas do Hemisfério Norte, onde mandam-se para familiares, amigos queridos, namorados, agregados, ficantes e amantes, dentre tantas coisas, flores vermelhas, bombons, cartões que celebram o amor, a amizade, a união, a saudade. Eu bem que queria mandar uma mensagem para minha amiga. Já tentei outras vezes. Nunca obtive resposta. As palavras, me parece, ficam pelo caminho ou, provavelmente, acabam na lata do lixo. E eu que queria apenas desejar-lhe um feliz aniversário! Mas ela mal sabe de mim. Faz tanto tempo que não a vejo que acho que já perdi sua feição da minha memória. Mas nunca o sorriso, o bom humor. Nasceu num dia especial, o dia do santo italiano que viveu para unir as pessoas e que, por isso, morreu. Eu queria, juro, apenas lhe desejar um feliz aniversário, dizer-lhe que na sua surda e muda caixa postal tem um alô de um amigo que lhe dedica um carinho fino e delicado. Um oi, um gesto, um aceno, só. Mas ela mal sabe de mim. Nesse dia em que os amigos se abraçam, os amores se renovam, os amantes se atrapalham, os ficantes ficam, eu só queria sair do silêncio. Mas ela mal sabe de mim. Feliz aniversário, mesmo assim. Mesmo assim. Happy Valentine's Day!
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