sábado, 26 de janeiro de 2008

Pobres até na bandidagem

É por essas e outras que jamais cruzaremos a linha que nos separa do Primeiro Mundo. Nem na bandidagem de primeira linha somos detentores de alguma competência. Primeiro, os idiotas que roubaram espetacularmente o prédio do Banco Central em Fortaleza e, no dia seguinte, correram para comprar várias camionetes importadas. Deu no que deu. Agora, depois de darem cabo de duas obras valiosíssimas do acervo do combalido MASP, uma de Picasso e outra de Portinari, descobrimos que os dois ladrões eram uns pés de chinelo que mal sabiam o que estavam levando. Por sua vez, o cerebelo por trás da operação relativamente simples devido à fragilidade da segurança do maior e mais importante museu do país, era um cozinheiro de quinta do interior de São Paulo. Ah, que decepção! Diante desses currículos, lógico, mesmo contando com a ação de uma polícia capenga, em menos de um mês acharam os quadros. Que bom! Enxerguemos o lado positivo da história e, claro, combatamos a criminalidade. Mas venhamos e convenhamos, quando teremos um Ronald Biggs, um Bob McDougal, vivido por Sean Connery no filme A Armadilha (1999), que morava num castelo na Irlanda e de lá saía por alguns milhões de dólares para roubar obras de arte mundo afora? Isso sim, é que é ladrão categoria! Nós, como diria o grande e saudoso Bento Carneiro de Chico Anísio, seremos sempre vampiros de dentes careados. Até na bandidagem! Até na bandidagem. Para o bem e para o mal, viva o Brasil!

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